segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

EUA - Outono 2004 - Parte 1



EUA - Estados Unidos da América
A terra das oportunidades (“the land where dreams can happen”) ou pelo menos assim foi classificada noutros tempos em que se chegava a este pais com a roupa do corpo, desejos e sonhos e que com algum trabalho, imaginação e um pouco de sorte se construíam impérios. Foi o que caracterizou os EUA durante anos e levou a imigrações em massa de toda a Europa.
Eu não fui à procura de fama e fortuna não é que me ficasse mal mas sim com concretizar desejos e sonhos que tinha desde sempre de conhecer o país que mais adorava a seguir ao meu (acabou na generalidade por ser uma decepção).

Viagem aventura:

Saio de Portugal com transbordo em Frankfurt (várias milhas para trás e para a frente para poupar no bilhete) e chego ao Aeroporto Internacional JFK NY. Só com o bilhete de ida e volta e a primeira noite reservada num motel de estrada. E começa a aventura, a reserva que fiz na Net de uma noite no Motel 6 (Piscataway) foi um grande erro porque ao pesquisar enganei-me e procurei Motéis perto do Aeroporto Internacional de Newark NJ que fica muito longe do JFK do outro lado de NY e como é grande Nova Iorque.

1º DIA - Chego ao JFK às 16:00 e apanho um Táxi ($50 dollars, taxa fixa dizia o taxista de tubante na cabeça e barba enorme (tipo Bin Laden) pelos vistos fui enganado) para Manhattan (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manhattan) afim de apanhar um Autocarro para Piscataway na estação central de NY chamada GRAND CENTRAL STATION gerida pelo NYC Transit Autority que é uma estrutura impressionante como de resto todas nos EUA. Fica no centro de Manhattan com vários pisos subterrâneos ligando vários tipos de transportes (Metro, Bus, Train, Táxis) uma Estação do Oriente mais crescida, velha e suja. Nesta 3ª viagem (avião, táxi e agora no bus) sinto na pele o transito caótico de NY pela 1ª vez e demoro mais de uma hora para sair de Manhattan. Chego a Piscataway ao centro da vila (se assim se pode chamar) às 21:50 sem fazer a mínima ideia onde é o Motel 6 e tão pouco o motorista do bus que foi super simpático que por ser a última viagem do dia andou comigo de bus à procura do Motel depois de informações erradas de várias pessoas ele acabou por desistir e desejando-me “ Good Luck, crazy Portuguese, my regards to Figo”. Lá fico eu numa estação de gasolina no meio do nada às 22:00. Tento ver ou ligar para Táxis e nada. Depois lá tive a brilhante ideia e que resulta sempre nos filmes. Fui aos 2 funcionários da estação e perguntei onde era o Motel 6 e um deles disse se é o que penso fica para aqueles lados é longe para ir a pé mas Táxis também não há porque hoje em NJ à greve dos Táxis (ups, cheat, ijunsrs) e lá tento eu uma à filme de Hollywood. Saco de uma nota de $20 e pergunto se ele não me quer ir levar (um bocado arriscado mas eu estava desesperado) e ele admirado diz “20 bucks only to take you to Motel 6 ?”. E lá vamos nós. Conversa de Portugal inevitavelmente passa pelo Figo e pelos descobrimentos.
Motel 6, o verdadeiro motel de estrada com um movimento de gente estranha incrível (deve subsistir dos alugueres de quartos à hora de certeza) muito sujo e velho muito barulho toda a noite. Mas durmo por $42 um verdadeiro achado ou milagre mesmo.

2º DIA – O Motel foi escolhido mal num aspecto mas bem noutro por se situar perto de uma estação de comboio que faz ligação entre outras com o famoso buraco (Ground Zero - picutre below) das antigas Torres Gémeas com ligações à rede de Metro de NY (MTA - mta.info) e Rede de Comboios (AMTRAK – amtrak.com ) depois de acordar procuro um café para tomar o pequeno almoço e só descubro cadeias de fast food, opto pelo Dunkin Donut's (um Donut vai sempre) e lá vão $10 que é o mínimo para comer e beber algo.
Saio no Ground Zero em Manhattan (ilha rodeada pelo Rio Harlem e Rio Hudson extremamente poluídos ambos) que é o que nós associamos a Nova Iorque. E começo a exploração da cidade que nunca dorme. Os edifícios são mais altos do que imaginava, as ruas dentro da cidade são largas e têm um tráfego alucinante mas ao contrario do que se pensa dentro da cidade não à transito parado excepto no semáforo vermelho porque todas as ruas são de sentido único e tudo gira sem problemas excepto algumas como Brodway, Madison que atravessam a ilha e têm dois sentidos. Visito o EMPIRE STATE BUILDING que é neste momento o mais alto edifício de NY passagem obrigatória (recomendada). O bilhete para o elevador de 105 andares que são feitos num ápice é caro e a espera na fila para o comprar é demorada mas uma vez lá em cima ficamos estupefactos com a grandiosidade dos arranha-céus de Nova Iorque e admirados do que o homem é capaz de fazer quando assim o deseja. Depois simplesmente vagueio pelas avenidas sem ter definido nada para visitar. Passo pelas lojas luxuosas à porta fechada da 5ª Av., leio os cartazes de espectáculos na Brodway, vejo uma mistura de gentes e raças só aqui possível, na entrada dos grandes arranha-céus pessoas fumam à pressa, e à medida que escurece começa o frenesim de movimento de pessoas dos edifícios para o Metro, Bus, Táxis, tudo o que os pode levar para fora da cidade. E a cidade ganha outro charme com a luz de néon a encher a visão.

3º DIA – Decido que neste dia vou mudar de alojamento e tentar ligar à minha irmã para ir vê-la e ao meu sobrinho. Optei por não avisar ninguém para fazer uma surpresa e não perder o propósito da viagem sem destino e aventura. Não consigo ligar por isso começo a mudar de alojamento. Para onde ?? Para NY, Nova Jersei, Long Island ou arranco já para norte para Bóston ?? Já Bóston é um erro porque ainda não vi nada de NY, sendo assim opto por procurar um Motel perto duma estação de comboio e o mais perto possível de Manhattan. Descubro mais um Motel de estrada ranhoso, sujo e velho em que o recepcionista está dentro de uma cabine que tem um guichet para o exterior com uma janelita tipo estação de gasolina durante a noite. Todos os quartos dão para a estrada por isso é preciso pagar adiantado não vá eu sair sem dizer nada. Em Portugal não há disto e se houvesse a ASAE fechava-lhes logo as portas.
Após nova chamada consigo falar com o meu Pai que não acreditava que era eu por aparecer um número local, dizia ele deixa-te de brincadeiras e diz lá quem és ?? Até que lá caiu em si e começou a rir e a perguntar onde estava para me ir buscar. Claro que acabou a aventura mas por outro lado começou a segurança e conforto. Porque o que mais me estava a fazer impressão nestes Motéis era a intranquilidade e insegurança que me acompanhavam a dormir. Tentei o reembolso da dormida e consegui parte. Lá fomos para casa do meu Pai que me pôs no antigo quarto da minha irmã. De seguida pequeno almoço que mais parecia que estava num pão quente em Gaia porque não sei se sabem mas em Newark está a maior comunidade Portuguesa nos EUA o que faz com que se encontre de tudo como em Portugal, Cerveja Super Bock e Sagres, Cigarros SG Gigante, a Pastelaria por poucos suplantados na diversidade e qualidade e claro o Café: curto, escuro e amargo muito apreciado por nós e Italianos. E fomos fazer uma surpresa à minha irmã à porta do trabalho. Que olhou para o meu Pai e de passagem por mim e começou a perguntar-lhe o que é que estava a fazer à porta do trabalho dela até que de repente olha para o lado e dá um grito de alegria abraçando-me e fomos almoçar os 3. O resto do dia foi a por a conversa em dia beber umas cervejas e a ser apresentado aos amigos do meu Pai por toda Newark. A seguir ao jantar deu-me as chaves do apartamento dele e deixou-me até à próxima sexta-feira visto ele e a mulher estarem mais a norte na casa dos patrões e só viriam passar o fim de semana comigo. Entretenho-me até adormecer com os 180 canais.

4º DIA – Estou a 500 metros a pé da estação de comboios de Newark que me leva directamente (10 min.) à World Trade Center Penn Station ou seja Manhattan NY. Vou fazer o tour turístico de barco à Statue of Liberty e a Ellis Island (Ilha usada como posto fronteiriço para a chegada dos barcos da Europa que para uns foi o início de um sonho e como disse antes o conseguir de grandes impérios mas para outros o bilhete de regresso ao país de origem com os sonhos despedaçados e a família dividida ao chumbar nos testes físicos (política rígida para prevenir a entrada de doenças ), terem problemas judiciais (fugitivos, etc.) ou responderem errado ao teste das 29 perguntas preenchido ainda a bordo dos paquetes a vapor o que lhe deu o nome de “Island of tears” ilha das lágrimas. Se quiserem subir ao interior da Estátua da Liberdade convém irem nos primeiros barcos do dia uma vez que por razões de segurança só um pequeno número pode subir a estrutura em ferro os demais só têm acesso ao exterior dela.
Fui almoçar a Little Italy residência das Máfias Italianas em NY paredes meias com Chinatown que é uma grande decepção do que sempre imaginei ser. Mas lá comprei o relógio “ Semi-original” da praxe a bom preço e muito regateado até 1/10 do preço pedido inicialmente (lol).
Ao fim da tarde e que aconselho vivamente é tomar um “drink” no SOHO (recomendo) num dos numerosos bares de convívio “after work” existentes. É um ambiente descontraído em que o predominante são as conversas , o convívio intelectual acompanhado por gente gira e alternativa (um “Must Go”).
Depois jantar em GREENWICH VILLAGE nesse mesmo ambiente de gente do meio artístico e cultural de NY onde impera o bom gosto e o convívio social.

No próximo post continuo a viagem.

Fiquem bem. PAZ.

1 comentário:

Ana Bela disse...

Espero ansiosamente pelo resto da aventura. Tá mto bem escrito o que me levou a ler atentamente até ao fim. NY é realmente uma cidade fantástica num país onde tudo é permitido e onde tudo é proibido. Uma das coisas que mais me lembro (já lá fui há cerca de 12 anos) é um sujeito de fato gravata e pasta (típico executivo) deslocar-se em patins no meio dos carros em plena 5ª avenida!!! Nessa altura tb vim carregadinha de relógios! Lol! Ah e 2 teen-agers ficarem sem dinheiro numa daquelas "trapalhices" de rua: os jogos do esconde-esconde onde há sempre um dos vigaristas no meio do público. Mas acabou bem: as meninas choraram tanto que imaginem: os vígaros tiveram pena e deram-lhes parte do dinheiro. A polícia tb chegou a tempo montada nos seus fantásticos cavalos. Estive mais de 1 hora a assistir a este espectáculo. Vale a pena mas não se envolvam nem "que a vaca tussa". Bem tou só a começar. Podes contar comigo. Já agora só os teus amigos veêm este blog? Ou é pró povo em geral? Desculpa se a pergunta demonstra um pouco de ignorância mas sou totalmente em relação a estas modernices (que me estão a agradar e entusiasmar)